Publicação no A Saúde não Mente

 “Traumatismos – Reabilitação”
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Após as rubricas especiais de Natal do “A Saúde não Mente”, a sua coluna de saúde volta a retomar os conceitos que mais interesse lhe suscitam e as questões que mais o preocupam.
A rubrica de desporto/psicomotricidade desta semana realça a reabilitação para quem sofre traumatismos. Trata ainda, dos profissionais qualificados para o fazer e a relação entre a atividade física e a psicomotricidade.
É estimado que por volta de 2020, os acidentes de trânsito serão a causa de perda de anos por incapacidade física em todo o mundo. Hoje, já existem milhões de pessoas que sofrem traumatismos cranioencefálicos, que vêm também por vezes, associados a traumas medulares, que infelizmente, existem poucos tratamentos com benefícios comprovados.
Também, como é de conhecimento comum, as sequelas cognitivas do traumatismo cranioencefálico diferem de pessoa para pessoa e dependem da severidade, localização e extensão da lesão. As alterações decorrentes de traumas cefálicos, fazem com que o individuo tenha um atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e dificuldade em explorar o meio ambiente de forma adequada.
As vítimas de traumatismos apresentam-se, normalmente, com a sensação de que o pensamento está mais lento que o habitual, têm esquecimento frequente de tarefas e dificuldade em raciocínio entre outros. Outras das alterações na motricidade é a ausência total de força que impossibilita o movimento do paciente que se denomina por paralisia ou plegia, mas quando apenas um dos lados do corpo for atingido designa-se por hemiplagia. Também pode ocorrer a diminuição de força e alterações no tónus muscular, que se define por paresia, e por hemiparesia se for apenas um dos lados atingidos.
Como tratamentos, a fisioterapia é o primeiro passo para restabelecer e minimizar as sequelas da hemiplegia, que com o tempo evoluem e tendem a estabilizar noutro sinal clínico, a já anterior mencionada hemiparesia. Quando já não necessitam de um acompanhamento fisioterapêutico, por conseguirem movimentos globais e finos, é necessário a intervenção de um psicomotricista e de um educador físico. O primeiro irá estabelecer uma reeducação psicomotora, coordenação, equilíbrio e fortalecimento do tónus muscular, já o segundo caber-lhe-á a função de acompanhamento continuado de exercícios físicos, intervindo na perspectiva de otimizar não só os aspetos físicos, mas também os psicológicos e sociais.
A dicotomia psicomotricidade/educação física é um bem essencial no tratamento daqueles que padecem do traumatismo, estabelecendo um programa de educação física adaptada, que deverá compreender técnicas, métodos e formas de organização que possam vir a ser aplicadas. Assim, o desenvolvimento psicomotor avaliado pelo psicomotricista vai permitir relacionar o domínio do corpo, destreza, agilidade, locomoção com a possibilidade neurofisiológica de realizar o desenvolvimento global e harmónico da motricidade. A elaboração de um programa de integração das funções motrizes e mentais e a reeducação psicomotora, que permite educar o indivíduo que não assimilou as etapas anteriores, culminam com as funções do psicomotricista. A educação física completa com a atividade física e exercícios para o desenvolvimento das porções corporais afetadas, combatendo o diagnóstico das dificuldades das condutas motoras.
A reter, deve ter presente que qualquer pessoa pode vir a ter um traumatismo cranioencefálico, o tratamento é demoroso, mas pode ter grandes hipóteses de êxito se abraçar as vertentes que aqui estão focadas.
Falta apenas mencionar, que no ano passado três das rubricas da equipa do “A Saúde não Mente” foram também publicadas em outros meios. A rubrica, de minha autoria, “Incoordenação Motora ou Ataxia” foi publicada no blog da Associação Portuguesa de Atáxias Hereditárias, a temática de “Crises Vasovagais” elaborada pela Dr. Cristiana Alves foi publicada no site da Academia Brasileira de Neurologia e a coluna de saúde pública “Salmonella”, cujo o responsável é o Dr. José Mesquita, foi divulgada no Food Safety Brasil. Ficamos gratos com o reconhecimento pelo nosso serviço e recorde-se que todas as semanas a coluna do “A Saúde não Mente” conta com especialista da área da saúde, que trata temas da sua vertente científica.
Estamos ainda, à sua disposição para consulta aberta através do saúde.nao.mente@gmail.com.

O seu corpo é o seu bem mais precioso, estime-o, porque a sua saúde não mente!

Fonte: http://diarioatual.com/?p=195787&ec3_listing=disable

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