Pai cria balanço portátil para filho autista interagir com novos ambientes


 (Foto: Leo Urnauer/G1)
A ideia de ver o filho autista feliz e interagindo em diversos ambientes fez com que o empresário Pablo Menezes de Souza, de 33 anos, mandasse fabricar uma versão portátil do brinquedo favorito do menino de 4 anos. Com um balanço criado apenas para ele, o pequeno Bruno se sente seguro e aproveita os finais de semana em família brincando com o que mais gosta em lugares como cascatas, florestas, campo de futebol ou até mesmo dentro da piscina. O autismo tem por característica os interesses restritos, o apego por rotinas e por brincadeiras repetitivas.
"Eu montei o balanço com o intuito de fazer ele feliz em qualquer lugar. O sorriso dele e o beijo que ele me dá antes de sentar no brinquedo pagam todo o sacrifício, tudo é lucro. Além disso, queria levá-lo em todo lugar que acho maravilhoso, quebrar a rotina", explica o pai, que mora com a família em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre.


Alegria do pequeno Bruno é andar de balanço (Foto: Leo Urnauer/G1)
O sacrifício é mesmo grande, já que o brinquedo é composto por um total de cerca de 12 metros de ferro. Podendo ser dividida em cinco partes, a estrutura é levada na caminhonete da família e montada pelo pai cada vez que chega ao ambiente escolhido para o filho conhecer.
Bruno foi diagnosticado com autismo quando tinha 1 ano e 7 meses. Os sintomas incluem algumas dificuldades, como olhar nos olhos das pessoas, mudar o foco da atenção, se comunicar e ter interesse por outras crianças. O grau do menino é o mais leve do distúrbio.
Desde o diagnóstico, ele faz tratamento com fonoaudiólogo, psicólogo e neurologista. Além disso, recebe todo o suporte dos professores e profissionais da Escola Espírito Santo, onde estuda em Canoas. A cada ano, a família diz notar a melhora de Bruno na interação com outras pessoas e no próprio desenvolvimento da comunicação, já que o autismo também se caracteriza pelo desenvolvimento atrasado 



Balanço é desmontado em cinco partes e levado
em caminhonete (Foto: Leo Urnauer/G1)

A ideia do balanço também surgiu para ter mais momentos em família. Pablo é casado com Margarette Carvalho com quem tem outros dois filhos: Leonardo, de 11 anos, e Valentina, de 1 anos e 6 meses.
"A gente viajava bastante em família e tentei unir todo mundo com a ideia. É difícil interagir com os irmãos só no balanço. Mas como é portátil, a gente leva o balanço para onde quer, e ele acaba também interagindo com outros ambientes e brincadeiras como na cachoeira, na piscina e até no barro", explica o pai.
O pai decidiu fazer o brinquedo móvel quando a família percebeu que o menino sempre escolhia o mesmo balanço e se sentava na mesma direção no condomínio onde mora. Quando tentavam trocá-lo de posição ou de assento, brigava e chorava. Assim,  foi só ele se acostumar com o estrutura móvel que ele passou a brincar em diferentes ambientes sem o estranhamento de um novo balanço.
A mãe conta que as viagens para diferentes locais levando o brinquedo portátil são uma curtição para toda a família. "É muito gratificante. Todo o nosso sacrifício é para ver o sorriso do nosso filho, para vê-lo feliz fazendo o que gosta, brincando com que gosta, que é o balanço. E ele vai a lugares diferentes, interage com a natureza, faz coisas diferentes dentro do que ele gosta" diz Margarette.



Família foi até Agudo e levou o balanço de Bruno (Foto: Arquivo Pessoal/Pablo Menezes de Souza)

Para o chefe de neuropediatria do Hospital de Clínicas em Porto Alegre, Rudimar Riesgo, o método do balanço é válido, mas não é um tratamento para o autismo. "Brincar é extremamente importante para qualquer criança. É uma ideia bárbara de um pai que está fazendo tudo aquilo que ele pode, mas não é um tratamento. A gente vê essas imagens em lugares inusitados e tudo foi muito bom, mas óbvio que junto com isso deve haver a supervisão de algum profissional para que o pai consiga mais resultados", explica.
Informação completa: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/11/pai-cria-balanco-portatil-para-filho-autista-interagir-com-novos-ambientes.html



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